quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

TURISMO DE RONDÔNIA



As comunidades indígenas são muito importantes para o turismo e a economia de Rondônia...


                 As comunidades indígenas são verdadeiros tesouros do nosso Estado assim como as comunidades ribeirinhas e as comunidades quilombolas. Mas a nossa miopia econômica nos impede de enxergarmos estes tesouros. Estamos falando de um patrimônio cultural nada comparável na face de toda a terra. Todos somos sabedores que os povos indígenas chegaram a estas plagas muito antes de nós e criaram uma simbiose com a terra, com a floresta, com os rios, com os lagos, com os animais silvestres, com os pássaros, com o clima e com o ar.

             Nós, no entanto, temos demonstrado uma grande incapacidade de nos aproximar desse patrimônio de forma inteligente. E temos demonstrado uma enorme dificuldade de conviver com o nosso próprio meio ambiente. Quando queremos produzir alimentos destruímos a floresta inteira, poluímos os rios, o ar, jogamos veneno que contamina as nossas próprias nascentes de água; Quando queremos construir nossas moradias provocamos os maiores desastres ambientais, que depois resultam em muitos desconfortos na nossa vida; Quando resolvemos criar animais domésticos tocamos fogo na floresta, queimando a sua camada de nutrientes para plantar capim; Quando tocamos fogo não nos importamos de expulsar das matas os animais e os pássaros que são responsáveis pelo equilíbrio fitossanitário das nossas vilas e povoados; Quando nos deslocamos de um lugar para outro, causamos grandes poluições do ar causando doenças respiratórias nas nossas crianças e nos nossos idosos.

              Portanto, fica claro que nós devíamos procurar aprender com a milenar cultura dos povos indígenas. A miopia econômica neste caso está em não nos aliarmos com eles para absorver as suas experiências e os seus incontestáveis conhecimentos para agregarmos ao nosso pobre modo de vida.

                 Teriamos muito a ganhar com os conhecimentos e experiências relativas a clima, tempo, temperatura, sobrevivência na selva, medicina natural, biologia, equilíbrio ecológico, história, geografia, geologia, desenvolvimento florestal, navegação, caça, pesca, botânica, química, agronomia, agricultura que são próprios dos povos indigenas.

            O nosso estado de Rondônia registra em seu território uma quantidade bem expressiva de etnias indígenas com culturas, costumes e conhecimentos diferenciados. Somente no município de Guajará-mirim, habitam oito etnias, através das quais o município poderia estar explorando um roteiro turístico, atraindo visitantes para conhecer a cultura e gerar riquezas tanto para esses povos quanto para o município. Em termos de estado já poderíamos estar promovendo A FESTA DAS NAÇÕES INDIGENAS DE RONDONIA, evento que poderia ser realizado anualmente em tres etapas, aproveitando as estruturas dos Parques de Exposições de Porto Velho, Ji-Paraná e Vilhena, por exemplo.

                 Por outro lado, a quantidade de terras indígenas existentes em Rondônia, nos permite implantarmos o turismo étnico, que é uma modalidade de turismo praticado através da interação dos moradores das cidades com os moradores de áreas indígenas. Essa modalidade também se aplica as comunidades quilombolas.

                 No Brasil, o turismo étnico é explorado no Sul do país, entre populações descendentes de imigrantes que, além de exibirem uma cultura que tem relação com suas origens européias, promovem festivais, como a OktoberFest. turismo étnico é uma subdivisão do turismo cultural ligada ao interesse de conhecer características de etnias específicas. O turista que pratica o etno-turismo é um indivíduo que busca conhecimentos relacionados à cultura de diferentes etnias. Nessa atividade o valor está relacionado com conceitos e se insere no rol da economia criativa

              Por ultimo, as diversas manifestações culturais dos nossos povos indígenas poderiam estar sendo divulgadas através do teatro e do cinema, artes que têm o poder de traduzir o modo de vida, as manifestações, os costumes os saberes, as crenças, as lendas e os sonhos das pessoas.

                  A nossa miopia econômica está em não valorizarmos os nossos povos indígenas que assim como a própria Amazônia, têm um alto poder de atração e de promoção. A aproximação com esses povos certamente, traria uma visibilidade planetária para o nosso estado além de gerar muitas riquezas e muitos empregos para os nossos jovens, sem contar que contribuiria muito para melhorar a qualidade de vida das próprias comunidades indígenas.

                   Os povos indígenas assim como os seringueiros tem um modo de vida bem peculiar que atrai a curiosidade de muita gente. O turismo étnico-experiencial é a atividade adequada para uma essas comunidades tornarem suas culturas conhecidas, gerando riquezas e bem estar para as famílias.

                  Portanto, nós deveríamos nos orgulharmos de termos em nosso estado tantas etnias indígenas com um enorme patrimônio cultural e já devíamos estar promovendo a interação com essas comunidades para, através do turismo, gerarmos riquezas e melhoria de vida para essas comunidades. 


Francisco das Chagas é cronista, professor, especialista em planejamento turístico, diretor do blog Crônicas da Amazônia.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

O NOSSO TESOURO ESTÁ NOS SERINGAIS


Esta nas florestas, nos rios, nas reservas extrativistas, nas terras indígenas, nos lagos das usinas, nas estações telegráficas, na história da construção da ferrovia Madeira Mamoré, na história do Guaporé, na história do garimpo.

Um dos nossos maiores tesouros está nos seringais mas a síndrome da miopia econômica não nos tem permitido utilizarmos o seu potencial de geração de riquezas para a nossa economia. Os seringais são atrativos turísticos de alto valor agregado. No nosso patrimônio econômico podem ser contabilizados como ativos intangíveis com vocação para gerar negócios e atrair riquezas através do empreendedorismo criativo.
Os seringais, com suas histórias, suas arquiteturas e sua dinâmica de funcionamento, hoje despertam grande interesse turístico por parte de pessoas que querem vivenciar experiências de outras pessoas ou de empreendimentos.Isso na economia é o turismo experiencial que consiste na visitação a propriedades para participar da lida, do manejo e do estilo de vida dos habitantes.
E o seringal, diferente das demais estruturas produtivas, tem um modo de manejo muito peculiar que atrai a curiosidade das pessoas.Por isso, existem muitas pessoas que gostariam de cortar seringa junto com o seringueiroàs quatro da manhã, participar da defumação, colher castanhas, açaí, cupuaçu, pescar e observar a vida dos pássaros.E pagam bem por isso.
O seringal e as artes cênicas
Por outro lado, os seringais tem também um grande potencial para gerar empregos e renda que é através do teatro, do cinema e das quadrilhas. Eles foram palco de uma das histórias mais dramáticas que a humanidade já viveu. A história de um confinamento de jovens dentro de uma floresta brava, com bichos perigosos, índios valentes e prontos para defender as suas terras e por último, infestada de mosquitos, cobras, formigas venenosas e muitas doenças tropicais.

Nos sabemos que nos seringais aqueles jovens foram abandonados à própria sorte, obrigados a trabalhar em condições sub-humanas, sem salário, sem férias, e sem o direito mais sagrado de receber noticias das suas famílias. Ali os seus sonhos foram enterrados, as suas aspirações foram apagadas e a sua dignidade foi jogada no lixo. Os sonhos de sucesso que aqueles jovens acalentaram quando saíram de suas casas viraram sonhos de terror.

Encarcerados na floresta amazônica, aqueles jovens foram obrigados a aprender a se defender das adversidades, tiveram que matar para não morrer, tiveram que suportar os seus sofrimentos em silêncio, dividir as suas angústias consigo mesmos, tiveram que sufocar os seus sentimentos e a sua solidão, por toda a vida. Esses trabalhadores foram condenados à injustiça oficialmente e à miséria compulsoriamente.

Em função da experiência vivenciada por esses profissionais, os seringueiros são ricos em saberes sobre sobrevivência na selva, caça, pesca, medicina, engenharia, arquitetura, química, visto serem, pela natureza do seu oficio, preferencialmente mateiros, caçadores e pescadores e curandeiros.Ensinam o conceito de vida extrativista com impactos mínimos.

A sua história poderia muito bem estar sendo contada pelo teatro e cinema e pelas quadrilhas que tem o poder de materializar sonhos, explorando o aspecto emocional. Isso nos permitiria criarmos uma nova economia criativa, gerando muitos empregos, renda e impostos.Ademais, o seringal agrega ainda um valor muito diferenciado que é a marca Amazônia.

Vale salientar que quando nós comercializamos o leite da seringa, a castanha, a madeira, a polpa do açaí, a polpa do cupuaçu, o peixe, estamos comercializando os ativos tangíveis da nossa Amazônia. O turismo, por outro lado, nos permite comercializar os ativos intangíveis pois é uma economia mais duradourae, no caso dos seringueiros, representaria uma nova renda para as famílias que depois de trabalharem por muitos anos hoje vivem em situação de penúria.

Portanto, um dos nossos maiores tesouros está no grande saber dos nossos seringueiros e na história deste ciclo da nossa economia que foi a seringa. E a hora é propícia para vendermos este ativo através do turismo experiencial.

AMAZÔNIA: ATIVOS, CONCEITOS E VALORES



A Amazônia, geograficamente é uma grande região, ambientalmente é o grande templo da biodiversidade, turisticamente é o maior atrativo da face da terra e economicamente é uma grande marca.

Mas...por outro lado, enquanto matriz geradora de riquezas, bem estar e equilíbrio eco-social, está alicerçada em valores tangíveis e valores intangíveis.Os valores tangíveis são representados pelos ativos dimensionáveis como a quantidade de madeira que se encontra em uma determinada área, a quantidade de minério, a existência de água, a quantidade de pés de seringa, de castanheiras, de açaizeiros, de cupuaçu, de pupunhas, tucumãs, bem como a existência de peixes em um lago ou igarapé, etc.

Os valores intangíveis estão atrelados a conceitos, a curiosidades, a atrativos, a culturas exóticas e manifestações de resgate.  A produção de óleos como de avestruz, de puraquê, de copaíba, de andiroba,  babaçú e outros, se atrelam a conceitos de aproveitamento racional dos produtos da floresta;  A existência do capim dourado do Jalapão, no Tocantins, causa enorme estranheza pelo ineditismo e localização.  Transformado em artesanato, é a única atividade econômica da região e vem gerando muita riqueza, empregos e bem-estar para a população, atrelado ao turismo.

A presença do urubu–rei, na região de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, é um atrativo que pode sinalizar potencial para a ciência aeronáutica;  o Lago do Cuniã, no município de Porto Velho, com seus jacarés se insere no rol de curiosidades ambientais porque transmite para o imaginário popular a ideia da grandeza da Amazônia, seus perigos e seu valor.

Esses casos estão no rol dos atrativos difusos, os quais ninguém consegue definir o por quê, mas todos ficam encantados e fazem seus próprios juízos.O modo de vida dos povos indígenas, dos pescadores; dos seringueiros, despertam a curiosidade das outras pessoas como culturas exóticas.

Já o Festival Flor do Maracujá, de Porto Velho, Rondônia, a Romaria do Divino Espirito Santo do Guaporé, assim como a Festa do Boi de Parintis, no Amazonas, estão enquadrados no rol dos valores intangíveis, pois estas manifestações tem a função de resgate de histórias e lendas. Como valoração turística são os chamados atrativos locomotiva ou condutores. Atrelados à marca Amazônia ganham um poder de venda e atração de turistas incomensurável.

Os ativos intangíveis da floresta são a contribuição para o equilíbrio do clima, a dinâmica do equilíbrio ecológico-social, o sequestro de carbono (também conhecido como captura de carbono), que é o processo de remoção de gás carbônico da atmosfera através da fotossintese.


Assim como o Cerrado, a Mata Atlântica ea Caatingatêm seus valores a Amazônia também tem seu valor intangível.No entanto, esse valor está atrelado muito mais aos ativos intangiveis do que aos ativos tangíveis. Logo não existe Amazonia sem florestas, sem rios, sem indios, sem seringueiros, sem comunidades tradicionais.



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O NOSSO TESOURO ESTÁ NA MARCA AMAZONIA...

Arquipélago das Cabaçarana 

A Amazônia é a nossa maior marca, mas em torno dela orbitam outras milhares de marcas que têm valores muito fortes. Para efeito de valoração essas marcas estão inseridas no universo da economia intangível ou economia criativa e tem potencial para turbinar produtos agregando o valor Amazônia. 

Além de produtos, essas marcas podem ser associadas a espaços geográficos e eventos, como marketing turístico ou como conceito de bravura, compromisso com preservação e ao aspecto exótico dos produtos da região. Dentre as marcas mais fortes estão as de natureza ambiental e as de natureza etno-cultural.

Como exemplos de marcas de natureza ambiental, podemos citar o Arquipélago das Anavilhanas, no estado do Amazonas, o Arquipélago das Cabaçaranas, o Lago do Cuniã e o Lago do Caranã, dentre outros, no município de Porto Velho.

Outras marcas remetem às etnias que povoaram a nossa região como  Arikemé, Jarus, Uru Eu Wau Wau,  Pacaás Novos, Suruí, Parintintin, Munduruku, Karipuna, Tenharim, Urupás, Chapacurans, Aruas, Macuaraps, Puruborás, Palmellas, Arara, Gavião, Cabixi, Parecis, Wanians, etc.

Açaí
Temos ainda muitas marcas ligados à fauna e a flora, como Açaí, Cupuaçu, Tucumã, Pupunha, Buriti, Camu-camu, Cabaçarana, Canarana, Jatuarana, tucunaré, biguá, etc., bem como marcas fortes como Guaporé, Mamoré, Ji-paraná, Jamari, etc. Todas essas marcas podem ajudar a vender nossos produtos com valor agregado e apelo amazônico. O município de Presidente Médici, por exemplo, onde está situado o Arquipélago das Cabaçaranas, lançou recentemente, a moeda Cabaçarana e um selo com o mesmo nome.

Rondônia produz refrigerantes, leite, manteiga, requeijão, café, chocolate, material de limpeza, confecções e uma grande quantidade de produtos de agroindústrias das mais diversas atividades que poderiam adotar essas marcas amazônicas como forma de aumentar o valor de mercado desses produtos.

Há que se considerar ainda, que a utilização dessas marcas destacaria Rondônia de forma positiva e despertaria um grande interesse turístico sobre nós por parte dos outros estados, ajudando a compensar o desconhecimento que existe em relação ao nosso estado. Com certeza, muitas pessoas e veículos de comunicação parariam de nos confundir com Roraima.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

O TREM VAI PASSAR DE NOVO


Lá invem o trem de novo. Rondônia vai ter uma nova estrada de ferro. Assim como a primeira que foi construída para o transporte da borracha, esta será construída para o transporte da soja e outros grãos de Mato Grosso e Rondônia para a China. Porém, essa nova ferrovia correrá em direção aos portos do oceano pacifico.

A razão disso é que o eixo da economia mundial mudou. Nos idos de 1900, quando a EFMM foi construída, o grande centro econômico mundial era Londres e hoje quem está dando as cartas é a China. E é a China que compra a soja do Brasil. Portanto, é a China que determina para onde deve correr o trem.

E, por uma condição geográfica o acesso ao continente asiático via Peru é bem mais vantajoso para os transportadores e Rondônia está nesse corredor. Nossa capital tem ligação direta com os Portos peruanos de Ilo e Mataranivia acesso rodoviárionuma distância bem curta.Assim, nos próximos anos os chineses se propõem a construir uma estrada de ferro para viabilizar o transporte da soja e outros grãos que eles compram do Brasil.

Além da produção de soja do Estado do Mato Grosso,Rondônia já registra uma produção expressiva e nos próximos anos também estarão sendo produzidas muitas toneladas nos campos bolivianos do departamento do Beni e Pando para os próximos anos.

Quanto a nossa velha EFFM, já cumpriu seu papel transportando a borracha da Bolívia e 
região do Guaporé, em direção ao porto do rio Madeira que seguia para Itacoatiara e Belém.Hoje, o máximo que podemos utilizar dela é a sua história que está imortalizada nos barracões e na memória dos remanescentes trabalhadores que deram seu suor pela sua construção.

Porém, nossos gestores públicos, numa demonstração de síndrome de miopia econômica infelizmente estão perdendo a oportunidade de transformar a história daquela majestosa ferrovia que tanto nos orgulha, em atrativo para atrair turistas para o nosso estado.

O nosso teatro poderia estar oferecendo à população de Rondônia espetáculos inspirados na história da construção da ferrovia que é rica em dramas, aventuras,  sofrimentos e sonhos. Por outro lado, o trajeto da estrada de ferro já poderia ter sido transformado em rota turística, com paradas nas antigas estações. Com isso estaríamos gerando empregos, renda e impostos.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

La vem o trem de novo...


Rondônia vai ter uma nova estrada de ferro. Assim como a primeira que foi construída para o transporte da borracha, esta será construída para o transporte da soja e outros grãos de Mato Grosso e Rondônia para a China. Porém, essa nova ferrovia correrá em direção aos portos do oceano pacifico.

A razão disso é que o eixo da economia mundial mudou. Nos idos de 1900, quando a EFMM foi construída, o grande centro econômico mundial era Londres e hoje quem está dando as cartas é a China. E é a China que compra a soja do Brasil. Portanto, é a China que determina para onde deve correr o trem.

E, por uma condição geográfica o acesso ao continente asiático via Peru é bem mais vantajoso para os transportadores e Rondônia está nesse corredor. Nossa capital tem ligação direta com os Portos peruanos de Ilo e Matarani via acesso rodoviário numa distância bem curta. Assim, nos próximos anos os chineses se propõem a construir uma estrada de ferro para viabilizar o transporte da soja e outros grãos que eles compram do Brasil.

Além da produção de soja do Estado do Mato Grosso, Rondônia já registra uma produção expressiva e nos próximos anos também estarão sendo produzidas muitas toneladas nos campos bolivianos do departamento do Beni e Pando para os próximos anos.
Quanto a nossa velha EFFM, já cumpriu seu papel transportando a borracha da Bolívia e região do Guaporé, em direção ao porto do rio Madeira que seguia para Itacoatiara e Belém. Hoje, o máximo que podemos utilizar dela é a sua história que está imortalizada nos barracões e na memória dos remanescentes trabalhadores que deram seu suor pela sua construção.

Porém, nossos gestores públicos, numa demonstração de síndrome de miopia econômica infelizmente estão perdendo a oportunidade de transformar a história daquela majestosa ferrovia que tanto nos orgulha, em atrativo para atrair turistas para o nosso estado.
O nosso teatro poderia estar oferecendo à população de Rondônia espetáculos inspirados na história da construção da ferrovia que é rica em dramas, aventuras,  sofrimentos e sonhos. Por outro lado, o trajeto da estrada de ferro já poderia ter sido transformado em rota turística, com paradas nas antigas estações. Com isso estaríamos gerando empregos, renda e impostos.



terça-feira, 28 de janeiro de 2020

A gestão publica e a síndrome da miopia econômica


A síndrome da miopia econômica é uma patologia da administração pública. Ela pode vir associada à síndrome da irresponsabilidade social. A primeira consiste em não enxergar-se as oportunidades financeiras. A segunda consiste em gastar dinheiro público sem propósito. É o caso de gestores que constroem obras sem que as mesmas estejam atreladas a nenhum projeto.Essas obras depois se transformam nos famosos elefantes brancos*. Ficam ociosas, sem utilidade, acabam sendo abandonadas, deterioram ou enferrujam e lá se vai mais dinheiro público para o ralo.

Também ocorre quando o gestor constrói um teatro mas não investe na formação de uma orquestra. Não investe na formação de profissionais de teatro. Não estimula a formação de bandas musicais. Não fortalece as manifestações populares como as quadrilhas e os grupos de danças. Não elabora um calendário de eventos culturais. Não investe na profissionalização e no marketing dos eventos existentes.

A outra situação ocorre quando o gestor coloca dinheiro bom em obra ruim. Exemplo: reforma de uma estrada de ferro sem um aumento de fluxo turístico ou o aumento da produção de grãos, carne ou outra comoditie qualquer.

Nos dois casos o gestor demonstra despreparo para administrar pois não planeja, e se não planeja executa mal. Por todo o pais estão espalhadas obras que foram iniciadas e não foram concluídas. Algumas porque foram iniciadas em uma gestão e não tiveram continuidade na gestão seguinte. Outras que foram mal dimensionadas e os recursos não foram suficientes para a sua conclusão. Tem ainda as obras foram concluídas parcialmente e estão abandonadas por falta de mais recursos ou até mesmo porque não tem mais utilidade.

*Elefante branco é uma expressão idiomática para uma posse valiosa da qual seu proprietário não pode se livrar e cujo custo (em especial o de manutenção) é desproporcional à sua utilidade ou valor. O termo é utilizado na política para se referir a obras públicas sem utilidade.

O turismo e a síndrome da miopia econômica

A síndrome da miopia econômica é não utilizarmos o nosso potencial turístico para atrair visitantes, injetar recursos de fora no nosso estado, gerando empregos e renda para a nossa população. Alguns estados que tem menos potencial que o nosso faturam muito com o turismo e nós, estamos patinando.

Enquanto outros estados atraem visitantes com praias e carnavais, nós que temos o atrativo mais valorizado no mundo, a Amazônia, não estamos atraindo ninguém. Nós temos florestas, rios, lagos, parques nacionais, reservas extrativistas, reservas biológicas e outras unidades de conservação de naturezas diversas.

Como monumentos históricos, nós temos as ruinas do Forte Príncipe da Beira,  daferrovia Madeira Mamoré, bem como dos postos telegráficos instalados pelo Marechal Rondon.
Enquanto atrativos etno-culturais, nós ainda temos diversas nações indígenas, populações quilombolas, povos tradicionais ribeirinhos, etc.

Como eventos culturais nós temos o maior festival de quadrilhas da Amazônia - o Flor do Maracujá, a Romaria do Divino Espírito Santo do Guaporé, o Espetáculo Homem de Nazaré.
Como acervo histórico temos histórias emocionantes dos dois ciclos da borracha, da construção da EFMM, da povoação do Guaporé, da construção da BR-364, da construção das usinas do madeira, da criação do nosso estado, etc.

Como personalidades históricas podemos explorar a história do Marechal Rondon e do Coronel Jorge Teixeira de Oliveira. Por outro lado, o teatro poderia estar criando espetáculos ambientados na história dos seringueiros, na história dos pescadores, na história dos índios, na história dos navegadores do rio madeira, na história dos ferroviários; na história do Marechal Rondon, do Coronel Jorge Teixeira e do investidor Percival Farquar.
Atrelado à marca Amazônia, poderíamos estar atraindo turistas para conhecer aspectos da nossa fauna que é muito rica, especialmente em aves,repteis e anfibios.O lago do Cuniã é um exemplo de atrativo diferenciado que poderia estar atraindo turistas. Da mesma forma, a Fazenda Pau D ‘óleo com seus búfalos selvagens.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

A gestão da rodoviária e a síndrome da miopia econômica


Quem é responsável pela gestão das rodoviárias...e dos ginásios de esportes, e dos museus, e dos estádios, e dos centros de convenções, e dos portos e dos monumentos históricos...

A imprensa de Porto Velho volta e meia traz à tona a questão da gestão da rodoviária local. Logo aparecem defensores do Governo do Estado, do DER, da Prefeitura, da Diocese, dos Taxistas e até da Associação dos Ambulantes. E tem por ultimo, os que defendem a milagrosa gestão compartilhada.
Mas ninguém lembra-se de que a rodoviária, o aeroporto, o porto fluvial são portões de entrada da cidade. São os locais onde o visitante bota o pé assim que chega em uma cidade. E esse mesmo viajante quando bota o pé no barranco do porto ou na rodoviária de uma cidade, ele mesmo responde de quem é a gestão desses equipamentos. Automaticamente ele diz: o Prefeito dessa cidade é relaxado, pois o porto não tem nenhuma condição de atracação, as rampas de desembarques estão em péssimas condições, etc.
Ou ele diz: Essa cidade tem um bom prefeito, pois o porto e a rodoviária são bem aconchegantes, as instalações são bem cuidadas, o paisagismo é agradável. Quer dizer: para quem vem de fora não resta dúvida de que a gestão de rodoviárias e portos é dos prefeitos. Só em Porto Velho que se tem dúvida. Perguntemos então para o nosso visitante.
Ora senhores, rodoviárias, portos, aeroportos são infraestruturas de recepção de turismo e não monumentos. E as infraestruturas de turismo nas cidades são de responsabilidade das administrações municipais e são fontes geradoras de receitas.
A manutenção desses equipamentos é gerada por eles mesmos pois são equipamentos arrecadadores. Rodoviária é ponto de venda de produtos e imagens. A rodoviária vende a imagem da cidade para o visitante, mas também vende-lhe produtos e serviços e cobra-lhe taxas. Quanto a gestão, a estratégia de terceirização tem sido muito positiva.
No entanto, há que se estimular os eventos para potencializar o fluxo de passageiros nas nossas rodoviárias e portos. Não é difícil de entender que com os teatros, os museus, os centros de convenções e os eventos, as rodoviárias e os portos também ficam cheios de passageiros que trazem mais dinheiro de fora que aquece o comercio local gerando impostos para a manutenção desses equipamentos.
Portanto, senhores, essa história de gestão compartilhada de rodoviária, é desculpa de gestores despreparados, pois esses equipamentos são perfeitamente rentáveis através da cobrança de aluguéis, de taxas e impostos.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

A gestão do teatro e a síndrome da miopia econômica


Quem é responsável pela gestão dos teatros...

E das rodoviárias, e dos museus, e dos estádios, e dos centros de convenções, e dos ginásios de esportes, e dos monumentos históricos...

As autoridades de Ariquemes anunciaram recentemente com muita pompa a conclusão das obras do teatro municipal. Porem, junto com o anuncio, veio a dúvida sobre de quem vai ser a gestão do teatro. Uma autoridade falou que estão negociando com o governo do estado para que a gestão seja compartilhada.

A mesma polêmica acompanha o teatro de Porto Velho e a rodoviária de Porto Velho. Por conta desse problema o teatro de Porto Velho, foi inaugurado, funcionou por um pouco tempo e ficou parado pela falta de uma peça de valor pequeno. Enquanto isso a população está deixando de assistir a boas peças teatrais, a apresentação de bons corais, de orquestras musicais, etc.

Por trás dessa situação esdruxula está a indefinição sobre quem é o gestor administrativo do teatro. Ora senhores, teatros, museus, estádios e centros de convenções não são como monumentos que são construídos para contemplação; são infraestruturas básicas de turismo. E as infraestruturas de turismo nas cidades são de responsabilidade das administrações municipais e geram receitas.

A manutenção desses equipamentos é gerada por eles mesmos pois são equipamentos arrecadadores. Teatro é para sediar eventos e eventos são pagos. Governo nenhum constrói teatro, museu, centros de convenções para fazer filantropia. Ou alguém tem dúvida de que a construção de um teatro atrai as orquestras, os grupos de corais, os grupos de danças, as peças teatrais, etc. 

Ademais, a decisão de construir-se um teatro, não é movida pela vontade de gastar dinheiro público simplesmente, e sim pela visão de que é possível e viável estimular-se o turismo cultural em uma cidade ou região.
No entanto, há que se organizar o setor de promoção e organização de eventos; investir também na qualificação de gestores culturais, elaborar um calendário de eventos para garantir uma ocupação mínima, proporcionando assim, lazer para a população local e atraindo visitantes de outras localidades que garantirão a renda necessária para a manutenção do equipamento.

Portanto, senhores, essa história de gestão compartilhada de teatro, rodoviária, centro de convenções, museus, etc., é uma demonstração de despreparo dos gestores municipais, pois esses equipamentos são perfeitamente rentáveis através da cobrança de aluguéis, de taxas e impostos para os municípios.


quarta-feira, 28 de agosto de 2019


AMAZONIA: Curiosidades
Professor Chags - Porto Velho, 28 de agosto de 2019

Tá-nã-nã, o gafanhoto musico do rio Nhamundá

O Rio Nhamundá, afluente da margem esquerda do rio Amazonas, tem sido navegado por muitos pesquisadores que tem dado destaques às suas belezas naturais, bem como quanto as suas riquezas e curiosidades. Uma dessas curiosidades trata-se da presença de um gafanhoto que com antenas na cabeça emite sons de orquestra.

É destacado também pela variedade da flora, rica em madeiras para todas as utilidades, inclusive para extração de essências, como pela pureza de suas águas límpidas e de bom paladar.

Uma das curiosidades relatadas é o sistema fluvial, que se assemelha a uma enorme espinha de peixe, com seus afluentes colocados em posição quase simétrica. O detalhe que tem chamado à atenção dos navegantes é que não se registra nomes de indígenas para esses rios, nem para os povoados que existem ao longo do seu curso, o que deixa dúvida se foi habitado por silvícolas.
Os nomes de alguns lugares como de cursos d`agua, indicam ao contrário, formações ou depósitos minerais, como CAIEIRAS, que é um igarapé com grandes depósitos de calcário naturais, talvez o empregado na fabricação do cimento. 

Também à margem do rio o igarapé ÁGUA FEDE – igarapé que não é navegado porque suas águas não se prestam para beber. Além do mau cheiro que exalam são de sabor desagradável. Talvez exista ali alguma jazida de enxofre ou cobre. Vestigios de ouro e satélites de diamantes têm sido encontrados em diversos pontos ou lugares, dão noticias os moradores da margem do Nhamundá, indicando a presença de um certo minério de cor preta, pesado e em forma de areia.

Mas a curiosidade que mais se destaca para quem viaja pelas águas do Nhamundá é a presença de um gafanhoto que emite um som tão estridente que se assemelha ao som de uma banda de rock. Por emitiram esse som em grandes grupos, o viajante ouve de longe e se encanta. O bichinho é um gafanhoto de cor verde, semelhante a uma “ESPERANÇA”. 

De antenas na cabeça os TÁNÃNÃS roçam umas nas outras, produzindo o estridente som, que alcança grandes distâncias, não somente pela sua agudeza, também pelo eco da floresta mas principalmente pela quantidade de gafanhotos envolvidos na orquestração.

Mas essa demonstração de grande habilidade musical tem uma razão de ser: atrair as fêmeas para colóquios amorosos. Estas não nascem com a habilidade de instrumentistas e são atraídas para o namoro através do som que somente os machos podem tocar...
Durante o concerto elas ficam a uma certa distancia da orquestra, devidamente comportadas, aguardando apenas o termino da apresentação para se juntarem aos machos para namorarem.

Outra curiosidade que relatam os moradores da região de ocorrência desse gafanhoto é que ninguém pode prendê-los, pois ao tentar captura-los as embarcações são alagadas e vão para o fundo do rio. Dizem por isso, que todos os humanos que tentaram agarrá-los tiveram esse infortúnio. Por isso, os nativos o classificam também como gafanhoto feiticeiro.

Conteúdos complementares:

Gafanhoto Tananá
 Thliboscelus hypericifolius também conhecido como Tananá, é uma espécie de inseto da ordem Orthoptera e que pertence a família Tettigoniidae, família esta que compreende vários insetos conhecidos como grilos ou "esperanças". Os poucos exemplares coletados dessa espécie foram encontrados por entomológos nas florestas tropicais da América do Sul, especificamente no território abrangido pela Floresta Amazônica do Brasil.
Os indivíduos machos do Tananá, assim como muitos outros ortópteros, são capazes de produzir sons e se utilizam dessa técnica para atrair as fêmeas para o acasalamento. No entanto, o Tananá destaca-se entre todos os insetos por sua capacidade sonora extremamente potente, conforme relatado por pesquisadores, forte o suficiente para ser ouvida há milhas de distância. Identifica-se no "cantar" dessa espécie a repetição de um som que assemelha-se às sílabas "ta-na-ná", o que originou o nome popular "Tananá" para este inseto. 
A espécie tem sido considerada rara desde os registros mais antigos a seu respeito, inclusive já no século XIX. Por esse motivo, os dados a respeito da biologia deste inseto, bem como o estado de sua preservação são escassos. Thliboscelus hypericifolius é o único representante do gênero Thliboscelus.[14][15] Nenhuma subespécie é listada no Catálogo da Vida.
Localização geográfica
A maior parte dos registros dessa espécie são de coletas realizadas no Brasil, dentro da área da Floresta Amazônica. No entanto, é possível que sua ocorrência possa se estender aos países vizinhos que compartilham também de grande parte dessa região florestal, tais como PeruColômbia e Venezuela.
No século XIX, um exemplar da espécie foi registrado na cidade brasileira de Óbidos, no estado do Pará. Essa região, que faz parte da amazônia, é considerada de clima equatorial quente e úmido e fica localizada há cerca de 46 metros acima do nível do mar.
Descrição
O Tananá é tido já desde o século XIX como sendo uma espécie muito rara, de modo que os insetos coletados por exploradores na Amazônia e que estão disponíveis nas coleções entomológicas de museus ao redor do mundo se restringem há pouquíssimos exemplares. Apesar do avanço da tecnologia nas últimas décadas, ainda não existem gravações de áudio (ao menos, disponíveis publicamente) do poderoso som gerado pelos machos deste inseto. Da mesma forma, carecem fotografias de um exemplar vivo na natureza.
A raridade desse inseto e os poucos estudos publicados a seu respeito colocam seu estado de preservação em uma zona completamente desconhecida pela Entomologia. Dessa forma, não há parâmetros disponíveis que indiquem se a espécie corre risco de extinção ou mesmo estimativas sobre sua taxa populacional.
Rio Nhamundá
rio Nhamundá é um curso de água que banha os estados de Roraima, Amazonas e Pará. É um dos afluentes do rio Trombetas e a principal via de navegação entre as cidades de Terra SantaFaro e Juruti, no Pará e Nhamundá, no Amazonas.

Fonte: outras histórias do Amazonas -  Antonio Cantanhede